Vítor Fernandes / Natasha Semmynova

"Há quanto tempo e porquê se tornou transformista?"

"Isto aconteceu mais ou menos com o descobrir da minha orientação sexual, em Junho de 1999 que comecei a sair para bares gay's com amigos e houve pessoas que me viram dançar, disseram que dançava bem e perguntaram-me porque não experimentava um espectáculo de transformismo(...) foi em Agosto de 1999 que fiz o meu primeiro espectáculo."

"Portanto, foi isso que o levou a fazer transformismo?"
"Sim, foi isso. Eu fiz a primeira vez, correu bem e, a partir do momento que corre bem...Não houve logo uma decisão, foi uma coisa que foi acontecendo com o tempo(...)."

"Como surgiu o nome Natasha Semmynova?"
"O nome Natasha Semmynova surgiu meio ano depois, em 2000. Eu trabalhava no moinho de vento e tinha dois colegas de espectáculo, um deles, o Sérgio Xuxa disse-me que tinha um nome artístico para mim (...) ele escolheu este nome porque vem do Casino Royal do Herman José, era uma personagem fora do vulgar (...)."

"Socialmente assume-se como transformista?"
"Eu cheguei a um ponto que tenho que me assumir, porque primeiro tenho um site que já é bastante conhecido. Mas eu não ando propriamente com uma tabuleta na testa a dizer que sou drag queen.(...)."

"E os seus amigos e pais têm conhecimento?"
"Sim, os meus amigos mais chegados sabem (...) Os que trabalham comigo, claro que sabem e os meus pais também."

"E apoiam-te?"
"Mal comecei a fazer espectáculos disse aos meus pais que fazia teatro, não queria logo espantá-los, mas também o que lhes disse não é uma mentira nenhuma, porque aquilo que faço é semelhante a uma peça de teatro. Eu chego ao meu local de trabalho, sou artista residente no Pride Bar, maquilho.me e encaro a personagem Natasha Semmynova (...) Os meus pais apoiam-me, aliás a minha mãe trata da minha roupa de espectáculo como se tratasse da dela."

(...)

"Sente-se então feliz com a sua opção?"
"Eu estou muito contente, estou no topo da minha satisfação. Estou contente com o rumo que eu tomei para a Natasha Semmynova, já passei por muito e por várias casas, onde deixei o meu contributo e por quem tenho muito respeito. Como Vítor estou contente a nível profissional, a minha licenciatura e gosto de trabalhar no Pride Bar, por isso não penso parar. Um dia mais tarde penso nisso."



In Jornal Ágora (ismai) (24/05/2008)


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Edited by Rui Afonso - Ruka Mukkamu
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